Las Vegas segue sendo o palco dos sonhos, e também dos pesadelos, para os jogadores profissionais de poker. A World Series of Poker (WSOP) 2025 vem sendo marcada por desempenhos intensos e emocionantes dos brasileiros nos principais torneios. Destaques como João Simão, Yuri Martins, Felipe Mojave e Léo Rizzo mostraram porque o Brasil é uma potência crescente nas mesas. Com eliminações dramáticas, provocações e belas campanhas, os profissionais nacionais deixaram sua marca nos salões do Horseshoe e Paris.
Eliminações em sequência no Evento #14 da WSOP: Simão e Yuri resistem à bolha, mas caem logo depois
No Evento #14, o US$ 25.000 Mixed PLO/NLH High Roller, dois dos principais nomes do poker brasileiro chegaram longe e alcançaram a faixa de premiação. João Simão e Yuri Martins resistiram a um tenso hand-for-hand que durou mais de duas horas, com o field reduzido de 245 entradas para 37 premiados.
O estouro da bolha foi um alívio para os brasileiros, mas também o início de uma sequência amarga. Em um intervalo de menos de um minuto, Yuri caiu na 29ª colocação e Simão em 28º, ambos recebendo o ITM mínimo de US$ 50.829.
Yuri entrou em all in com A5s do botão e enfrentou o call de Ap Garza com QJs. O brasileiro acertou o top pair no flop, mas o americano completou o flush no turn e decretou a eliminação. Logo depois, João Simão sofreu uma bad beat ao ver seu top pair e flush draw com JT ser superado por um rival com K6 que acertou um segundo par no river.
Entretanto, apesar das quedas precoces após o estouro da bolha, os dois craques brasileiros mostraram mais uma vez sua consistência em eventos de alto nível.
Rizzo rouba a cena no Evento #13 e protagoniza duelo tenso na WSOP
Em um torneio mais acessível, o Evento #13 (US$ 1.500 No-Limit Hold’em 6-Handed), Léo Rizzo foi o brasileiro que chegou mais longe e brilhou com uma performance empolgante. Em meio a 2.354 entradas, o paulista chegou ao 28º lugar e garantiu um prêmio de US$ 16.589, além de oferecer ao público momentos marcantes.
Durante o Dia 2, Rizzo se destacou em uma mesa equilibrada e até liderou o torneio quando restavam cerca de 75 jogadores. Além disso, um de seus momentos mais celebrados foi um blefe contra o americano David Funkhouser, com direito a showdown e comemoração.
Mas foi contra Damarjai Davenport, conhecido pelas provocações e encaradas desconcertantes, que a eliminação veio. Após uma troca de provocações e all ins repletos de tensão, Rizzo colocou todas as fichas com AJ, mas o oponente apresentou AK e levou a melhor sem surpresas no board.
Outros brasileiros também marcaram presença no torneio. Guilherme Pessoa terminou em 43º, recebendo US$ 9.097, e Caio de Lucca ficou na 121ª posição para US$ 3.943.
Mojave avança entre gigantes e mais brasileiros brilham em eventos paralelos
Enquanto os holofotes estavam sobre os high rollers e torneios populares, Felipe Mojave conquistava espaço entre os melhores no Evento #18 (US$ 10.000 Dealer’s Choice Championship). O torneio, que registrou 122 entradas no Dia 1, contou com nomes de peso como Daniel Negreanu, Scott Seiver e David “ODB” Baker.
Felipe encerrou o Dia 1 em 19º lugar no chip count, com 140.000 fichas, e segue vivo na disputa por um dos braceletes mais técnicos da WSOP. A liderança parcial é do norte-americano Ryan Hoenig, com 298.500 fichas. O registro ainda permanece aberto até o início do Dia 2, prometendo aumentar a competitividade do field.
Paralelamente, outros brasileiros também conseguiram grandes desempenhos em diferentes eventos da série:
No Evento #16 (US$ 600 PLO Deepstack), quatro brasileiros avançaram para o Dia 2 entre os 108 sobreviventes de um field de 3.110 inscritos. O destaque vai para Ricardo Furuguem, sétimo colocado no chip count com 1.750.000 fichas.
Já no Evento #17 (US$ 2.000 No-Limit Hold’em), também temos quatro brasileiros entre os 264 remanescentes que seguem na briga por uma fatia dos mais de US$ 3 milhões distribuídos. Assim, o melhor classificado até o momento é Rafael Mota, com 256.000 fichas.
O poker brasileiro segue em ascensão
Os resultados da WSOP até agora mostram o quanto o Brasil se consolidou no cenário mundial do poker e tem obtidos excelentes resultados nos melhores sites de poker do Brasil e do mundo. Mesmo diante dos maiores nomes do circuito, os representantes nacionais demonstram coragem, técnica e personalidade nas mesas de Las Vegas.
Com jogadores chegando perto das decisões e frequentemente entre os premiados, a presença brasileira deixa de ser exceção para se tornar regra. Seja com provocações como as de Léo Rizzo, a paciência estratégica de Mojave, ou o nervosismo contido na bolha enfrentada por Simão e Yuri, os brasileiros dão show e mostram que o poker nacional está mais vivo do que nunca.
A expectativa agora gira em torno dos próximos dias da WSOP, com vários eventos decisivos se aproximando e novos braceletes em disputa. Sendo assim, com representantes em diferentes fases dos torneios, o sonho de ver mais um título verde e amarelo em Las Vegas continua mais vivo do que nunca.