David Peters bate Martin Kabrhel no Super High Roller da WSOP

A World Series of Poker (WSOP) em Las Vegas ganhou uma emocionante reviravolta no torneio Super High Roller de US$ 250.000. O americano David Peters protagonizou um momento decisivo ao enfrentar Martin Kabrhel, considerado o “vilão” da série, e forçou o adversário a desistir de uma das melhores mãos da mesa – uma trinca de 8 – durante a bolha do torneio. 

O tcheco Martin Kabrhel conseguiu atrair muita atenção ao longo da WSOP devido ao seu comportamento polêmico e provocativo. Ele ficou conhecido por longas pausas e conversas instigantes na mesa, fazendo com que recebesse críticas e até sanções por conduzir o jogo de maneira problemática, afetando adversários como Caleb Furth, Alex Foxen e Daniel Negreanu.  

A postura expansiva e o sotaque marcante — comparado ao personagem Teddy KGB do filme Cartas na Mesa — garantiram-lhe a alcunha de “vilão”, embora tenha gerado grande repercussão entre os espectadores. 

David Peters vs Martin Kabrhel

Apesar da vantagem de Kabrhel, Peters aplicou intensa pressão e colocou o adversário em all‑in. A força mental e o timing certeiro causaram estranheza nos espectadores: o tcheco, pressionado, decidiu passar, desistindo de sua trinca superior. 

A irritabilidade de Kabrhel, agravada pela recusa à aposta, foi seguida por aplausos e reações mistas no salão. Internautas expressaram surpresa diante da queda do “vilão”, enquanto outros celebraram a habilidade estratégica de Peters, que evidenciou por que é um dos jogadores mais respeitados do circuito. 

Após a jogada, o tcheco ainda avançou à mesa final, mas acabou ficando em 7º lugar, levando US$ 674.359. Já Peters foi eliminado em 6º, recebendo uma premiação de US$ 826.348 por seu desempenho. 

O momento tornou-se um dos mais marcantes da atual WSOP, dando novo interesse à narrativa de herói versus vilão. Kabrhel, apesar das críticas, seguiu tornando-se figura central em histórias de rivalidade e falas intensas na mesa. Já Peters reforçou sua reputação como jogador tático e habilidoso, capaz de usar a psicologia para derrubar rivais até mesmo quando as probabilidades parecem estar contra ele. 

A jogada entre Peters e Kabrhel no Super High Roller de US$ 250 mil foi destaque por toda  sua dramaticidade e contraste: o americano, sem exibição, desestabilizou o carismático “vilão” da WSOP, que abriu caminho para continuidades no torneio. A sequência foi um bom exemplo de como o controle mental pode ser a arma mais poderosa no poker, amenizando cartas superiores com pura estratégia. 

Os resultados finais da mesa, com Kabrhel em 7º (US$ 674.359) e Peters em 6º (US$ 826.348), refletem não apenas as habilidades técnicas dos jogadores, mas também o impacto psicológico de uma aposta bem executada e sem respaldo aparente de força nas cartas. 

Outros destaques do Super High Roller

O canadense Thomas Boivin também foi destaque ao alcançar a liderança no início da disputa da mesa final do Super High Roller de US$ 250.000, realizado entre os cassinos Horseshoe e Paris. Ao atingir a reta final entre os oito últimos competidores, ele mostrou habilidade impecável e um stack dominante, assumindo o comando da mesa após vencer uma grande mão, conforme reportado pela cobertura do SuperPoker. 

Boivin, embora sem braceletes WSOP até então, já era conhecido no circuito de torneios de alto buy-in – com mais de US$ 1,8 milhão em premiações. Seu desempenho na fase final do evento #46 foi marcado por um blefe bem executado, que lhe rendeu grande pote e o único chip liderança ao iniciar o dia decisivo. 

Menos de 48 horas após a liderança de Boivin, foi a vez de Seth Davies, apelidado de um dos “melhores sem bracelete”, escrever seu nome na história da WSOP. Em um heads‑up eletrizante e rápido contra Alex Foxen, Davies se consagrou campeão do mesmo evento #46: US$ 250K Super High Roller, faturando impressionantes US$ 4.752.551, maior premiação de sua carreira até hoje. 

O torneio reuniu 63 entradas, gerando um prize pool de mais de 15 milhões de dólares. Davies enfrentou uma das mesas mais duras do ano, mas dominou os momentos decisivos, destacando-se no heads-up: em duas mãos de poker, ele encontrou as cartas certas e confirmou sua vitória em sequência impressionante. 

Na partida final, Foxen partiu forte, mas Davies reagiu com precisão. Na primeira mão do heads-up, Davies foi all-in com A J contra A Q de Foxen – acertou o valete no flop, virando a partida. Em seguida, em outra mão crucial, enfrentou K‑5 de Foxen com AA e, apesar de Foxen garantir dois pares, Davies viu seu full virar com a carta do river. 

Antes do confronto final, Alex Foxen eliminou Boivin em terceiro lugar (prêmio de US$ 2.057.430), destacando a força de jogadores como Bryn Kenney, Chris Brewer, David Peters, Martin Kabrhel e Ben Tollerene, todos pagaram mais de US$ 580.000. 

Com a vitória, Davies conquistou seu primeiro bracelete WSOP, ultrapassou a marca de US$ 44,6 milhões em ganhos na carreira e subiu ao 16º lugar no ranking global all-time money list, além de 12º entre os profissionais dos EUA. O título confirma seu crescimento em grandes premiações, já que foi campeão do Triton Poker e do Super High Roller Bowl nos últimos anos. 

O torneio, o mais caro da série até agora, solidificou também a trajetória de Boivin, que mesmo eliminado em 3º lugar, destaca-se como um dos jovens talentos a observar nos eventos de altos stakes. 

Classificação completa do final do Evento #46 – $250.000 SHRS: 

  • 1º lugar – Seth Davies (EUA) – US$ 4.752.551
     
  • 2º lugar – Alex Foxen (EUA) – US$ 3.060.314
     
  • 3º lugar – Thomas Boivin (Canadá) – US$ 2.057.430
     
  • 4º lugar – Bryn Kenney (EUA) – US$ 1.446.929
     
  • 5º lugar – Chris Brewer (EUA) – US$ 1.066.731
     
  • 6º lugar – David Peters (EUA) – US$ 826.348
     
  • 7º lugar – Martin Kabrhel (República Tcheca) – US$ 674.359
     
  • 8º lugar – Ben Tollerene (EUA) – US$ 581.411
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Gabriela Guizalberti é formada em Letras pela Unicamp, especializada em redação de textos. Possui experiência na área da comunicação esportiva e de apostas e jogos online. Transmite aos seus leitores fluidez e dinâmica de conteúdos mais complexos, análises pontuais e ponto de vista crítico sobre esse universo.