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Em uma noite memorável para o poker brasileiro, Kelvin Kerber e Peter Patrício alcançaram um feito histórico ao se consagrarem campeões do Evento #65: US$ 1.000 Tag Team da World Series of Poker (WSOP) 2025. Com isso, a vitória dos representantes do Samba Team marcou a 40ª e 41ª conquistas de braceletes do Brasil na história da principal série mundial do esporte da mente.
Disputado em formato de duplas, o torneio reuniu 1.373 times e contou com três dias de ação intensa nos feltros de Las Vegas. Com um desempenho sólido e consistente desde o início, Kerber e Patrício superaram os desafios da competição e terminaram no topo. Por isso, levaram para casa o prêmio de US$ 184.780, além da consagração de um bracelete para cada um. Certamente, o símbolo máximo de prestígio no poker mundial.
Caminho até a glória: um desempenho dominante
A jornada vitoriosa da dupla brasileira teve início com uma campanha estável nos dois primeiros dias do evento. No Dia 2, Peter Patrício assumiu a linha de frente e mostrou grande capacidade de acumular fichas nos momentos decisivos. Portanto, sua performance garantiu ao time uma das maiores pilhas de fichas no fim do dia e um retorno promissor para a última etapa do torneio.
No Dia Final, 31 equipes retornaram aos feltros para disputar o bracelete. Contudo, o Brasil já começou com destaque: Kerber e Patrício ocupavam a quarta colocação no chip count. Isso porque a estratégia da dupla se mostrou eficaz desde o início, com Patrício mantendo o controle e navegando o stack com firmeza durante os primeiros níveis. Ainda na fase semifinal, os brasileiros dominaram o ritmo do jogo e eliminaram adversários com autoridade.
Com a formação da mesa final, composta por nove equipes, a liderança brasileira foi consolidada. Alternando-se entre si nas tomadas de decisão, Kerber e Patrício mantiveram a calma e a consistência. As eliminações continuaram a favor do Brasil. Jogadores de diversas nacionalidades foram sendo eliminados: chineses, americanos, alemães, sul-coreanos. A cada mão, a vantagem dos representantes do Samba Team se tornava mais clara.
Em meio à mesa final eletrizante, a presença de torcidas barulhentas transformou o ambiente em uma verdadeira arena esportiva. Por sua vez, a torcida francesa, apoiando a dupla Samy Boujmala e Hicham Mahmouki, se fez presente e causou tanta comoção que os organizadores optaram por mudar a mesa final de lugar, levando-a para a mesa principal do evento, apelidada pelos brasileiros de “nave mãe”.
Heads-up decisivo: Brasil x França
Com apenas duas duplas restantes, o título seria decidido entre brasileiros e franceses. Do lado verde e amarelo, Kelvin Kerber entrou em ação com clara vantagem em fichas: aproximadamente 17 milhões contra os 10 milhões de Mahmouki. O duelo prometia ser longo, dada a estrutura dos blinds e o nível técnico dos jogadores. No entanto, o desfecho foi surpreendentemente rápido.
Em apenas quatro mãos, a disputa foi resolvida. Na mão decisiva, Kerber abriu um raise padrão e viu o adversário responder com uma 3-bet. Entretanto, o brasileiro pagou e ambos viram um flop com cartas altas e potencial de ação. O francês continuou a agressividade com apostas no flop e no turn, todas pagas pelo brasileiro. No river, Mahmouki foi all-in, e Kerber não hesitou em pagar.
Por fim, o brasileiro revelou uma trinca formada no river, suficiente para superar o top pair do adversário e garantir a vitória. Com a confirmação do título, a comemoração foi imediata. Kerber correu para a torcida, onde compatriotas aguardavam para celebrar o título inédito da dupla.
Vitória histórica e simbólica para o Brasil
O triunfo de Kerber e Patrício não foi apenas mais uma vitória no currículo dos jogadores — ele simboliza a força e o amadurecimento do poker brasileiro no cenário internacional. Ao alcançarem os braceletes de número 40 e 41 da história do Brasil na WSOP, os profissionais reforçam a presença constante do país entre os principais protagonistas do esporte da mente.
O Tag Team da WSOP é um dos eventos mais simbólicos do cronograma, por exigir sintonia, estratégia compartilhada e gestão emocional em equipe. Afinal, o formato, que foge do tradicional individualismo do poker, exige que os jogadores saibam revezar-se no controle da mesa, adaptando-se às mudanças do jogo com confiança mútua. Logo, nesse aspecto, Kerber e Patrício mostraram-se impecáveis, evidenciando a conexão construída ao longo de mais de uma década de convivência no circuito.
Com 14 anos de história em conjunto, a dupla representa o Samba Team, uma das mais tradicionais escolas de poker do país. A vitória serve também como uma consagração da filosofia de trabalho do grupo, que há anos vem formando jogadores de elite e contribuindo para o crescimento do esporte no Brasil.
Classificação final e premiação
Confira a premiação completa da mesa final:
- 1º – Kelvin Kerber e Peter Patrício (Brasil): US$ 184.780;
- 2º – Samy Boujmala e Hicham Mahmouki (França): US$ 123.102;
- 3º – Steven McCartney e Dominic Coombe (EUA): US$ 88.015;
- 4º – Michael Lancaster e Derek Stark (EUA): US$ 63.750;
- 5º – Conor Hannan e David Sathue (EUA): US$ 46.784;
- 6º – Kyeongrim Shin e Hyomo Kang (Coreia do Sul): US$ 34.793;
- 7º – Quirin Heinz e Felix Rabas (Alemanha): US$ 26.227;
- 8º – Angela Jordison e Maxwell Young (EUA): US$ 20.042;
- 9º – Feng Qian e Zhou Lin (China): US$ 15.529.
O Brasil segue forte na WSOP 2025
A vitória de Kerber e Patrício se soma à de Aloísio Dourado, campeão do Evento #23, como os títulos brasileiros até o momento na WSOP 2025. Esses resultados reforçam a excelente fase vivida pelos profissionais do país, cada vez mais respeitados internacionalmente.
Portanto, o desempenho brasileiro em Las Vegas nesta temporada reafirma o talento e a resiliência dos nossos jogadores. Com mais eventos pela frente, as expectativas permanecem altas para novas conquistas e braceletes inéditos. Desse modo, a torcida segue firme e confiante de que outras vitórias virão para abrilhantar ainda mais a participação brasileira no maior palco do poker mundial.
